segunda-feira, 31 de maio de 2010

“Escrito nas estrelas” é a própria expressão da trama clássica, sem riscos. E muito bonitinha.

Renato Rocha Miranda

Recentemente, Miguel Falabella declarou que não gostaria de voltar a escrever novela para as 18h porque o público da faixa tem um perfil desconhecido. Como diz o amigo Ancelmo Gois, há controvérsias. Pesquisas já revelaram que donas de casa são fiéis à faixa. Às 18h, a audiência é mais feminina, mais romântica. Isso explica a curva ascendente da audiência de “Escrito nas estrelas” (na semana passada, a média chegou a 29).

O folhetim de Elizabeth Jhin reúne várias fórmulas de sucesso que costumam agradar em cheio a quem quer ver histórias de amor leves, com alguma dose de ingenuidade. É possível reconhecer facilmente os dramas da Gata Borralheira. Viviane (Nathália Dill) é a empregada da casa rica. Está na fila para ser, provavelmente nos capítulos finais da novela, escolhida como a mãe do filho de Daniel (Jayme Matarazzo). Já houve, inclusive, um baile igual aos dos contos de fadas para fazer uma seleção das candidatas ao posto.

Pelo menos uma grande sacada da autora — a ideia de dois mundos paralelos e comunicáveis apenas até um certo ponto — andou explorada com êxito na saga “Crepúsculo”. O jogo de impossibilidades amorosas, porque a mocinha está viva e o mocinho não, é um achado. Gera torcida do público e muitas cenas de romance, além de prescindir de qualquer desfecho urgente. A autora também vem mostrando muita habilidade ao criar infinitos mal-entendidos entre Viviane e o patrão, Ricardo (Humberto Martins).
“Escrito nas estrelas” é a própria expressão da trama clássica, sem riscos. E muito bonitinha.

Por Patrícia Kogut

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