Sou zapeadora em parte por hiperatividade natural, em parte por deformação profissional (ou o leitor pensa que é moleza fuçar a televisão em busca de notas dez e zero?). De uma coisa, entretanto, nunca tive dúvidas: o GNT era um oásis. O canal sempre ofereceu uma programação de alta qualidade, bons documentários, debates, informação, enfim, tratava-se de uma espécie de freio infalível no zapping obsessivo.
Por isso, quando ouço Claude Troisgros anunciando que vai à casa do freguês cozinhar, me dá uma certa aflição. O “Superbonita”, em sua nova fase apresentado por Alice Braga, também promete transformar moças comuns em beldades. Esta versão nacional dos formatos makeover que existem aos montes na TV americana parece que vai invadir tudo. Seriam estes sinais de que o GNT está pegando um rumo mais popular e parecido com o da TV aberta que precisa (ela sim) falar para as massas?
O mesmo ocorre com a moda, que recebia um tratamento de luxo, atraindo espectadores que buscam informação. Mas agora, até o “GNT Fashion”, embora continue um bom programa, tem serviço. Isso sem falar no “Tamanho Único”. São dicas de tudo: como combinar e descombinar bolsas, blusas com calça; como parecer mais magra; como usar dourado sem exagerar etc. Ocorre que quem busca noticiário sobre os desfiles pode não se interessar pelo que Negra Li tem no armário, ou pelos shortinhos que Grazi Massafera usa, bem curtinhos “porque no Rio de Janeiro dá”. Isso está mais para revista de moldes, parece variação do livro “Sebastiana quebra-galho”.
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